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Cine Humanas - Filme: O ano em que meus pais saíram de férias

Email Facebook LinkedIn Print Twitter 17 de Março de 2020

Esteve em cartaz no Cine Humanas, no dia 4 de março, o filme "O ano em que meus pais saíram de férias" (2006), do diretor brasileiro Cao Hamburguer. Com conteúdo propício às discussões das disciplinas de História e Geografia, esta obra conta a melancólica história do pré-adolescente e protagonista Mauro (Michel Joelsas), um garoto mineiro de 12 anos.

Ao ser despejado pelos pais no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, na frente do prédio do avô paterno — que ele desconhece e com quem deverá passar o período indeterminado de duração das supostas “férias” dos pais — Mauro se vê de mãos atadas quando o desconhecido torna-se ainda mais assustador: a morte repentina do avô.

Após o trágico acontecimento, Mauro fica sob os cuidados do vizinho, um senhor judeu que lhe é igualmente estranho e, para piorar, não tem nenhuma intenção de cuidar dele até o retorno dos pais.

O filme ganha, por meio da contextualização da "fuga" dos pais no período da ditadura, um corpo político paralelo ao drama pessoal do menino. Nasce um retrato fiel à realidade política da época, sem que o filme se torne essencialmente político ou panfletário.

O cenário da Copa do Mundo também contribui para ilustrar as contradições da sociedade brasileira da época, submetida ao regime opressor e reunida em torno de televisores para acompanhar a trajetória da seleção, mas também desempenha papel no drama do garoto, que se apóia na paixão pelo futebol para suportar o abandono da família.

No bairro do Bom Retiro, além de experimentar as sensações típicas da juventude, Mauro encontra um refúgio para a forçada distância da família: é em meio aos imigrantes de diversas regiões do mundo, entre descendentes de poloneses, italianos, africanos e gregos — neste caldo cultural característico da cidade de São Paulo — que encontra algumas amizades necessárias para esperar semanas até o reencontro com a mãe, interpretada por Simone Spoladore, que sofre a violência imposta pela ditadura.

Tendo como proposta dramática, esse compasso de espera, o filme permite ao espectador aproximar-se da difícil tarefa imposta ao garoto: sem informações sobre o paradeiro dos pais, resta a ele aguardar no movimento dos adultos seu próprio destino.

Com desfecho conturbado, como o próprio contexto do país na época, a mãe de Mauro retorna para buscar o menino, porém sem o pai, que desaparece.

A partir dessa história de superação e resiliência, as professoras Juliana Monteiro Ricci e Francine Felisoni desenvolveram um profícuo debate com os alunos, trazendo à tona a própria história e a geografia do Brasil das décadas de 1960, 1970 e 1980, no qual a pretensão maior foi o desenvolvimento do pensamento crítico e a ampliação do repertório cultural dos alunos ao entrarem em contato com uma rica forma de aprendizagem: a linguagem cinematográfica.
 

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