A amamentação é um processo que envolve fatores fisiológicos, ambientais e emocionais, sendo importante diferenciar esse termo de lactação, que tem relação apenas aos aspectos fisiológicos do amamentar.
A amamentação propicia benefícios físicos para a mulher bem relatados na literatura científica, que podem ser percebidos em curto, médio e longo prazo. Apesar de ser desafiador no princípio, com muitas mulheres necessitando de apoio e informações sem mitos, os benefícios em curto prazo são percebidos desde o início, com a redução de chances de episódios de cólicas fortes, vínculo entre mãe e filho, maior possibilidade de contato pele com pele, reforço do sistema imunológico da criança, além de desenvolvimento saudável do intestino, pelo leite materno possuir apenas elementos naturais, diferente do leite de fórmula, que é industrializado.
Em médio e longo prazo, a amamentação diminui a incidência de infecções respiratórias, diarréia, enterocolite necrosante, otite média, infecção do trato urinário, morte súbita, diabetes, linfomas, leucemia, doença de Hodgkin, excesso de peso, colesterol aumentado, pressão alta e asma.
Para a mãe, os benefícios são economia de quase R$ 5.000,00 no ano, caso comprasse leite de fórmula, além da redução do peso, redução do risco de câncer de mama e de útero e ausência de menstruação, o que pode impedir gravidez (com os devidos cuidados).
Após o parto, o leite da mãe começa a sair como colostro e dura de três a cinco dias. Ele é mais rico em proteínas, sacia menos e reforça o sistema imunológico. Por ser pobre em gordura e lactose (açúcar do leite), a criança mama muito e toda hora, dando uma falsa impressão de leite fraco. É mito! Precisa de paciência da mãe e da rede de apoio, para que a criança mame o tempo que precisar.
Depois disso, desce o leite de transição, por aproximadamente 10 dias. Depois, ele fica completo, chamado de maduro, com todas as vitaminas e minerais prontos para serem absorvidos. Esse leite é perfeito e todas as mães que fazem a amamentação possuem a constituição adequada para seu(s) filho(s)(as). Não existe leite forte ou fraco!
O leite materno tem água suficiente para hidratar a criança até seis meses, sendo necessária a complementação hídrica após esse tempo. Para a mãe saber que o bebê está hidratado, é importante ter a fraldinha molhada em todas as trocas.
• Consuma, no mínimo, 3 litros de líquidos por dia. Falta de água pode comprometer a produção de leite.
• Consuma peixes toda a semana, pois ele contém ômega 3 que é uma gordura importante para o desenvolvimento das células cerebrais do bebê.
• Evite alimentos ricos em sódio, como alimentos e temperos industrializados.
• Evite o consumo excessivo de bebidas cafeinadas (café puro, chá mate, chá preto)
• Não restrinja calorias da alimentação. Para a amamentação, são necessárias calorias que os alimentos fornecem. Dietas restritas podem comprometer a produção de leite.
• Nenhum alimento natural tem comprovação de provocar cólicas, mas muitas mulheres observam, de forma individual, a influência de alguns. Anote e retire para testar.
Maria Grossi Machado
Nutricionista
Professora universitária no curso de nutrição do Unisagrado
Especialista em nutrição materno infanto juvenil
Mestre em nutrição e saúde
Instagram: @mariagrossinutri
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